Quando, no afã da minha criação
Em meu peito, alma, coração
Deitaram o peso de um juízo
E eu, crescido assim, e com isso
Acabrunhei-me em contemplação
Caminhando, pois, na contramão
Do andar de quem não pensa nisso
Nisso de ser gente e já não ser
Pois que ‘o homem é cadáver adiado’ *
Mas se crê como ente soberano
E de pensar, assim, chego a doer
Pois, torrão no universo estrelado
Sou humano, nada mais que humano
(* O homem é um cadáver adiado - Fernando Pessoa)
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