quinta-feira, 19 de agosto de 2010

As cores

 
Qual era a cor do dia
Quando, jogada ao léu,
A poesia voou tão precisa
E pousou no papel?

E qual era a cor do vento
Quando teu melhor intento
Encontrou a imprecisão
No vácuo do não?

Qual era a cor da chuva
Quando a paz nebulosa
Contraditoriamente
Fez-se aflição eloqüente?

Qual era a cor do riso
Quando o choro mais ríspido
Tinha feição de poeira
Leve e passageira?

Qual era a cor do dia
Havia, ao menos,
Raro tom de poesia?

(Michelle Portugal – 01/02/10)

Segredos e Quimera



Talvez lá fora
haja uma lua escondida
e corações a guardar um amor adormecido

Talvez more algum bandido
no parque onde o sol se doa
às flores da primavera

Mas se aqui ficarmos
te ensinarei alguns passos
e depois vice-versa.

Faremos a melhor dança
e teremos um abrigo


Michelle Portugal 18/08/10

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O vento e os acordes







O vento e os acordes

O acorde do vento me disse
que todos os risos são tristes
que toda noite a lua insiste
mostrar o brilho que não há

O acorde do vento, ironia
cantou pra mim notas frias
com todo o silêncio que fala
e em doce tristeza que ri

O acorde do vento tão seco
pairou no silêncio imprimido
num céu de azul desbotado...
Que sentimento tão meu!

Michelle Portugal – 22/07/10